Bruno Corano – Wall Street Cast

Comprar um imóvel em 2025 ainda é um bom negócio? A resposta, como você verá, está longe de ser simples.

Comprar um imóvel em 2025 ainda é um bom negócio? Essa é a pergunta que norteia o episódio #105 do Wall Street Cast, direto de Nova Iorque, com Bruno Corano e o renomado gestor Danilo Santiago. A resposta, como você verá, está longe de ser simples — mas está toda fundamentada em dados, gráficos e contextos históricos que fazem desse episódio uma verdadeira aula sobre o setor imobiliário global.

A conversa começa com um ponto-chave: o conceito de housing. Muita gente pensa apenas em “ter uma casa”, mas quando se trata de mercado, housing envolve muito mais — construção de novas casas (os famosos new home starts), venda de casas já existentes (existing home sales) e, claro, a variável que mais chama atenção: o preço. Esses três pilares formam o coração da análise de qualquer mercado imobiliário.

No caso dos Estados Unidos, o setor representa impressionantes 15% do PIB, movimentando indústrias como cimento, drywall, iluminação, móveis, tintas, aço e transporte. Danilo explica como variações nos juros e na confiança da população afetam diretamente a construção e venda de imóveis, usando gráficos de mais de 60 anos e dados do índice Case‑Shiller. Esse índice, criado por dois economistas, mede com precisão a evolução dos preços de casas, corrigindo distorções por expansão ou reforma.

Mas não para por aí. O episódio também mergulha em eventos históricos como a bolha imobiliária de 2008, quando milhões de americanos perderam suas casas — e o mundo descobriu o que são os famosos “derivativos podres”. Danilo, que viveu a crise de dentro de um hedge fund, descreve com detalhes o que aconteceu: crédito fácil, demanda artificial e uma confiança cega em que “o preço da casa nunca cai”.

Depois da pandemia, um novo fenômeno surgiu. Com os juros despencando para quase zero, milhões de americanos refinanciaram suas hipotecas — travando taxas extremamente baixas. O resultado? As pessoas não querem mais vender suas casas, pois trocariam um financiamento de 2,75% por outro de 7%. Isso engessou o mercado de imóveis usados, aumentou a pressão sobre os preços e limitou a oferta, criando uma situação quase paradoxal: muita demanda, pouca mobilidade.

Miami, por exemplo, virou o centro de uma discussão acalorada. Muitos corretores dizem que a cidade é “a nova Nova Iorque”, mas os dados mostram que os preços explodiram muito acima do crescimento de renda disponível. Isso não significa que não haja boas oportunidades — mas alerta para o risco de comprar num pico de mercado, sem a devida análise.

A grande mensagem do episódio é que o momento certo para comprar um imóvel depende da sua vida, mas também de dados concretos do mercado. Comprar só porque todo mundo está comprando — ou porque um corretor disse que “é agora ou nunca” — pode custar caro. Literalmente.

Sobre o convidado

Danilo Santiago

Engenheiro formado pela USP, com MBA em Columbia e mais de 30 anos em Nova York, mais precisamente em Wall Street. Especialista em ações americanas e gestor de fortunas de grandes fundos e clientes institucionais.

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